Lançamento do livro "Jardim para Borboletas Mórbidas" e entrevista com o autor Ed Saraiva

Nessa sexta-feira (10) aconteceu o lançamento do livro Jardim para Borboletas Mórbidas, do autor paraense Ed Saraiva Jr., na livraria Fox de Belém. Tive o prazer de conhecer o autor pessoalmente e garantir meu exemplar autografado.

O mercado literário paraense se vê cada vez mais populado por escritores de terror. E não é para menos. Quem cresceu em Belém ou no interior do Pará sabe que a região é uma das mais ricas em histórias e mistérios envolvendo o sobrenatural, passados de geração em geração. Inspirados por essas histórias e lendas, os autores paraenses de terror desenvolvem suas tramas tanto em sua terra, quanto em terras estrangeiras. Ed é um destes últimos.

A história de Jardim para Borboletas Mórbidas se passa no período pós 2ª Guerra Mundial, em uma fazenda na Romênia. Lá, vive Nicolae, um garoto que descobre um universo mágico e sombrio ao redor de sua casa. Durante a ausência de sua mãe, Aurora, que decidiu fazer uma viagem, ele começa a receber visitas de estranhos e acaba se tornando presa de Kaverah, uma criatura temida há séculos.

Como somos bons amigos, consegui um tempinho da semana atribulada do autor para fazer uma entrevista básica com ele, para sabermos mais sobre de onde vem sua paixão pelo terror e pela escrita.

O que ou quem te motivou a começar a escrever?

Ed: Na verdade, vários fatores me fizeram escrever contos e romances. Desde pequeno eu gosto de criar estórias, e na minha adolescência eu conheci as obras de Edgar Allan Poe e Stephen King e mesmo antes de conhecer esses autores, eu já tentava produzir alguns textos, eles só me deram aquele empurrãozinho e eu comecei a exercitar.

Foi realmente um ótimo começo! Então tem algum autor/autora em particular no qual você mais se inspira?

Ed: Na leitura você colhe ótimos frutos, no meu caso, eu colho vários frutos de cada árvore. Frutos de Edgar Allan Poe, de H.P Lovecraft, Stephen King, Agatha Christie, Neil Gaiman. Colho frutos de amizades literárias também, acredito que é muito importante você cativar amigos dentro da literatura, principalmente aqueles que escrevem o mesmo gênero que você.

Sim, importantíssimo. Algo em particular te inspirou a escrever a história de Jardim para Borboletas Mórbidas?

Ed: Sim, a minha mãe tinha uma estratégia para que eu fizesse as minhas obrigações sem muita relutância. Ela sentava e me contava estórias de fadas, mas não apenas para me entreter e sim para me mostrar que se eu comesse muitos doces, uma bruxa ia aparecer à noite para me atacar. E cheguei à conclusão de que os contos de fadas, sobretudo, os originais (antes de passar pelas mãos dos Grimm), eram contados para assustar as crianças e isso me inspirou a criar um universo mágico e assombrado ao mesmo tempo, só que com o objetivo de cativar os leitores jovens e adultos.

Você já tinha lançado o livro antes de forma independente, não é? Como foi a experiência?

Ed: Como estou sem renda fixa, precisei vender umas peças de antigo um computador meu para pagar a revisão e a capa, a diagramação foi feita por um amigo. Depois disso, fiz um trabalho de formiga no Instagram para divulgar a obra e até hoje esta estratégia tem rendido bastante.

Sim, para o autor independente é preciso insistência. E como está sendo a experiência de lançar por uma editora?

Ed: Sabe quando você é feliz solteiro, mas de repente aparece alguém especial para te namorar e sua vida fica melhor ainda? Eu, quando autor independente, fazia o meu trabalho praticamente sozinho, claro que alguns amigos me ajudaram, mas hoje, eu tenho um apoio de divulgação muito grande por parte da editora e eu estou mais feliz e realizado do que antes.

Isso é maravilhoso! Muito obrigada, Ed, e muito sucesso.

Ed: Eu que agradeço!

Ainda não há data para que Jardim para Borboletas Mórbidas esteja disponível para venda. Em breve, trarei a resenha do livro aqui para o site, então fiquem ligados!

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